quinta-feira, 24 de abril de 2008

VAN GOGH



(leia mais sobre o Pós-Impressionismo clicando aqui)
Quem nunca ouviu falar do pintor holandês que decepou a própria orelha?

Van Gogh, como todos que estão a frente de seu tempo, foi um artista incompreendido.


Era pouco conhecido na arte mundial na época de sua morte, mas em seguida sua fama cresceu rapidamente. Sua influência no Expressionismo e Fauvismo foi de grande valia, e pode ser visto em tantos outros aspectos na arte do século XX.


Van Gogh era um rebelde, inclinado à solidão e insociável. Filho de pastor, nasceu em Groot-Zundert, na Holanda em 1853 e trabalhou como artista somente nos últimos dez anos de vida. Ou seja, dos 27 ao 37 anos.


Na pintura, explicava sua tentativa de lutar contra a loucura da compreensão que tinha da essência espiritual do homem e da natureza.


Fotografia de Vincent van Gogh, 1876 (fotógrafo anônimo)



Desajustado no seu lar, em sua terra e em sua sociedade, foi frustrado em relação a constituição de família e amores. Teve dois romances que não deram certo e trabalhou como vendedor em uma livraria, auxiliar em uma galeria de arte e como pastor de igreja.


Van Gogh ficou nesta casa em Cuesmes, perto de Bruxelas, em 1880. Foi na época que ele morou lá que decidiu tornar-se um artista.



Inicialmente foi influenciado pelo pintor Rubens do Barroco e por gravuras japonesas, resultando em pinturas pesadas e sombrias.

Depois das várias tentativas de empregar-se que não deram certo, decidiu que sua missão seria trazer consolação a humanidade através da arte e, mesmo que sofria de extrema pobreza e miséria, os dez anos antes de sua morte foram prodígios: cerca de 900 pinturas e desenhos.



Os comedores de batatas, 1885. Óleo sobre tela. 82 x 114 cm. Museu Van Gogh, Amsterdã.


Em 1886 foi a Paris para juntar-se a seu irmão Theodore, afetuosamente chamado de Theo, gerente da Goupil galeria. Foi seu amparo emocional, afetivo e econômico, pois van Gogh sobrevivia de favores e mesadas pagas por Theo. Lá, estudou com os impressionistas; entre eles Pissarro, Toulouse-Lautrec, Degas, Monet e Gauguin, e começou a iluminar sua paleta escura e a pintar com pinceladas bruscas e pequenas, como os impressionistas da época.



Desenho com giz pastel feito por Toulouse Lautrec em 1887, retratando Van Gogh




Van Gogh, Par de sapatos. 34 x 41cm. 1887.




Van Gogh tornou-se obsessivo por valores expressivos e simbólicos da cor e começou a usá-las como reprodução de aparições visuais, atmosferas e luz. Quanto a isso, dizia: “Ao invés de tentar reproduzir exatamente o que eu tenho sob meus olhos, eu uso a cor mais para expressar-me do que de forma forçada”.



Natureza morta com Absinto. Óleo sobre tela. 46 x 33cm, 1887. Van Gogh – como a maioria dos impressionistas – tomava Absinto, bebida com alto teor alcólico. Alguns historiadores chegaram a associar seus problemas de saúde pela alta quantidade da bebida consumida pelo pintor.



Afirmava que não queria pintar quadros, e sim pintar a vida, pois seus temas são a sua terra (paisagens, trigais, campo, naturezas-mortas) e os homens simples (camponeses, mineiros). Era contra o academicismo técnico, pois não desejava fazer uma pintura clássica, pintar "gente que não trabalha".



Planalto de La Crau, com Montmajour ao fundo. 73 x 92 cm, 1888.


Tinha um temperamento explosivo e nervoso, o que o tornou ser uma companhia difícil de aturar. Mudou-se para Arles (França) onde achava que faria novos amigos, ou que seus amigos iriam junto, ajudando-o a fundar uma escola de arte.


Gauguin foi o único que levou a idéia a sério, o que fez com que ficasse hospedado na casa de van Gogh, onde pintavam, bebiam, discutiam idéias e iam a bordéis juntos. Van Gogh admirava Gauguin e chegou a enfeitar o quartinho que Gauguin ficaria em sua casa, com quadros de girassóis amarelos.


Sobre a orelha cortada, alguns pesquisadores dizem que ele sofria de uma doença compulsiva que o fazia sentir muita dor, e que, com o corte da orelha ele poderia “aliviar” essa dor. Várias interpretações foram dadas por biógrafos e historiadores.


O cineasta japonês, Akira Kurosawa, no filme Sonhos (1990) – filme sobre a vida de Van Gogh – o artista aparece tentando pintar a própria orelha, mas o resultado é insatisfatório. Para resolver o problema, o van Gogh do filme a decepa para vê-la em todos os ângulos – uma teoria poética para a orelha cortada. Veja cenas do filme:




A versão mais aceita atualmente é a de que, como sofria de lapsos de epilepsia, crises de humor e mania de perseguição, ele haveria discutido e agredido o amigo Gauguin, tentando feri-lo com uma navalha. Tendo perdido a ‘luta’, é levado para a cama em lágrimas e com descontrole muscular. Arrependido, corta de propósito um pedaço da orelha e manda num envelope/jornal à mulher que motivou a briga, uma prostituta. Disse ainda à prostituta que se chamava Rachel que "guardasse esse objeto com cuidado."


Auto retrato com orelha enfaixada. 60 x 49 cm. 1889



Vendeu apenas um quadro em vida, e ainda dizia: "Não posso evitar o fato de que meus quadros não sejam vendáveis. Mas virá o tempo em que as pessoas verão que eles valem mais que o preço da tinta" – e ele estava certo.

Na época que pintou "Girassóis" (1888), o mundo interior de Van Gogh é demonstrado na superfície do quadro, que parece agitada e fugindo de seu próprio controle, refletindo o estado de espírito do artista, aproximando-se do fim trágico da sua vida.



Girassóis, 1888. 93 x 73 cm. National Gallery, Londres. Mostra cores vibrantes com tons de amarelo e marrom, que por um lado mostra um mundo belo e cheio de esperança.



Por um tempo foi influenciado pelo pontilhado delicado de Seurat, mas abandonou essa técnica, passando a pintar com rápidas e pequenas pinceladas vigorosas e curvilíneas, o que fez com seus quadros também refletissem seu estado psicológico.





Café Terrace no Place du Forum, Arles a noite, 1888.



Em 1889, sua doença ficou mais grave e teve que ser internado numa clínica psiquiátrica, entre lapsos de loucura e alucinações. Nesta clínica, dentro de um mosteiro, havia um belo jardim que passou a ser sua fonte de inspiração. As pinceladas rápidas foram deixadas de lado e as curvas em espiral começaram a aparecer em suas telas.



Noite estrelada, 1889. Óleo sobre tela, 73 x 92 cm.

Essa é uma das telas mais famosas de Van Gogh, pois denota seu estilo de forma mais pura e interessante, o que faz com que nosso olhar siga um movimento pela tela, ocasionado pelas pinceladas curvas.




Em maio de 1890, ele parecia estar bem melhor, e foi morar em Auvers-sur-Oise, sob observação do Dr. Gachet. A primeira impressão que van Gogh teve sobre o dr. Gachet foi que ele era “mais doente do que eu, eu acho, ou digamos tanto quanto”. Depois disso Van Gogh fez três retratos de Gachet em óleo, dando ênfase na disposição melancólica do médico.




Retrato do Dr. Gachet, 1890. Óleo sobre tela. 67 x 56 cm.

Essa tela foi vendida por 82.5 milhões de dólares.



Os quadros do auge artístico de Van Gogh foram produzidos em menos de três anos com uma técnica que crescia mais e mais misturada nas pinceladas pequenas e movimentadas, que seguem uma direção no quadro, em cores intensas e simbólicas, em uma tensão da superfície, e uma vibração da forma e linha.

A fusão inimitável de Van Gogh de forma e conteúdo é poderosa e dramática, rítmica e imaginativa, além emocional.




Jardim de Daubigny, 1890. Óleo sobre tela. 50 x 101 cm.

Alguns historiadores afirmam que esta teria sido a última de Van Gogh antes de morrer em 1890, ao invés de “Campo de trigo com Corvos” (logo abaixo).



Alguns dias depois de pintar Campo de Trigo com Corvos, van Gogh sentiu-se extremamente deprimido e retornou à tarde ao campo de trigo, atirando em si mesmo no peito “para o bem de todos”, segundo ele.




Campo de trigo com corvos, 1890. 50 x 103 cm.



Alguns historiadores relatam ser sua última tela e retrata justamente os corvos sobrevoando belíssimos trigais; o céu escuro e baixo, e os corvos ameaçadores incorporam seus graves problemas. Descreveu-o como “vastas extensões de trigo sob céu tormentoso... não precisei me esforçar para expressar tristeza e o extremo da solidão”. Horas antes de morrer teria dito ao irmão Théo: "A miséria triunfou mais uma vez. A fome...!" Ele é socorrido, mas não resiste, sendo sepultado em 30 de julho de 1890.


Cornelius, irmão de van Gogh, também se suicidou e sua irmã Wilhelmina morreu louca, internada em um hospício, reforçando a idéia de que havia um componente familiar genético na doença de van Gogh - a psicose maníaco-depressiva, hoje chamada de distúrbio bipolar do humor.



Sua vida tumultuada e dramática e sua devoção pelos seus ideais fez dele um dos grandes heróis culturais dos tempos modernos. Vincent van Gogh contribuiu para a pintura moderna com a vitória da cor sobre o desenho, libertando-a da forma.



Auto-retrato, 1889. Oleo sobre tela. 65 x 54 cm.



Atualmente há variações das definições de críticos e historiadores de arte sobre qual movimento Van Gogh faz parte: se dos impressionistas, pós-impressionistas ou expressionistas. Porém enquanto viveu não foi reconhecido pelo público nem pelos críticos, que não souberam ver em sua obra os primeiros passos em direção à arte moderna, nem compreender o esforço para libertar a beleza dos seres por meio de uma explosão de cores.


Sua mente tem estado ocupada a muito tempo com problemas insolúveis da sociedade moderna, e ele ainda está lutando contra isso com seu bom coração e bondade. Seus esforços não foram em vão, mas provavelmente não viverá para vê-los frutificar e quando as pessoas entenderem o que ele disse em suas pinturas, será muito tarde. Ele é um dos pintores mais avançados no tempo e é difícil entendê-lo, mesmo para mim, que o conheço intimamente. Suas idéias são muito amplas, examinando o que é humano e como alguém deveria olhar para o mundo, este deve primeiro liberar-se de todo o passado ligado ao convencional para entender o que ele está tentando dizer, mas eu estou certo que ele vai ser entendido no futuro. Só é difícil dizer quando.

Theo van Gogh para Jo
Paris
9-10 Fevereiro de 1889

Como a arte é rica; se alguém pode se lembrar de algo que viu, este nunca estará sem alimento para a mente ou verdadeiramente solitário, nunca sozinho.

Vincent van Gogh a Theo
Laeken
15 de Novembro de 1878

http://www.vangogh.com/index.html




Referências bibliográficas:


STRICKLAND, Carol. Arte comentada: da pré-história ao pós-moderno. Trad. Angela Lobo de Andrade. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.


Biografia do artista. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Vincent_van_Gogh


Biografia do artista. Disponível em: http://www.rainhadapaz.g12.br/projetos/artes/vangogh/Van_biografia.htm


Biografia do artista. Disponível em: http://www.sergiosakall.com.br/artistas/personalidade_vangogh.html


Biografia do artista. Disponível em: http://www.vangoghgallery.com/misc/overview.html


Cartas a Theo. Disponível em: http://www.rainhadapaz.g12.br/projetos/artes/vangogh/Van_cartas.htm


História da Arte e Van Gogh. Disponível em: http://www.historiadaarte.com.br/expressionismo.html


Sobre o artista. Disponível em: http://www.vangogh.com


Sobre Van Gogh. Disponível em: http://www.ibiblio.org/wm/paint/auth/gogh/


Sobre Van Gogh. Disponível em: http://www.britannica.com/eb/article-9037197/Vincent-van-Gogh


Van Gogh. Disponível em: http://www.suapesquisa.com/vangogh3/

terça-feira, 22 de abril de 2008

Peça teatral "Um certo van Gogh"

Espetáculo teatral que ocorrerá nos dias 01 e 02 de maio de 2008 em Florianópolis-SC, e dias 03 e 04 de maio de 2008 em Criciúma-SC. Vale a pena conferir!


Um certo Van Gogh” , procura fugir dos clichês que permeia a vida do mestre da pintura. Em cena, episódios bastante comentados – a exemplo das perturbações mentais que sofrera – são redimensionados em nome de um novo olhar sobre o homem Vincent Van Gogh, tantas vezes ocultado pela potência e magnitude de sua obra.



O texto inédito é assinado por Daniela Pereira de Carvalho e a Direção é de João Fonseca.
No Elenco estão Bruno Gagliasso, Marcelo Valle, Larissa Bracher e Pedro Garcia Netto. Todos os atores interpretam mais de um personagem em um jogo de duplos entre as duas épocas.
O projeto que tem patrocínio Nacional do Banco Real e produção associada entre a Chaim Produções e o ator Bruno Gagliasso - intérprete do pintor holandês - se destaca ainda pela trilha sonora de Alexandre Elias. A trilha é composta por musicas classicas como o Bolero de Ravel e contemporaneas como Chatterton, de Serge Gainsbourg, que ficou conhecida pela versão de Seu Jorge e Ana Carolina, que no espetaculo é cantada por Bruno Gagliasso.

O visagista Uirande Holanda, foi responsavel pelo visual de Bruno e criou especialmente para o espetaculo as tintas usadas na composiçao do personagem. As tintas são comestiveis.

Para completar a ficha técnica foram convidados, o cenógrafo Nello Marrese, a iluminadora Dani Sanchez e os figurinistas Ernani Peixoto e Michele Dias.

Fonte: http://umcertovangogh.blogspot.com/

Mulheres na Pintura

Muito legal esse vídeo. Representações de mulheres na pintura, desde a Idade Média (passando depois por Leonardo da Vinci, Ingres...) até Moderna (passando por Salvador Dali, Picasso...), através de morphing (aquela técnica de vídeo que tem naquele clipe do Michael Jackson - Black or White).

sexta-feira, 18 de abril de 2008

MANEIRISMO

O Maneirismo foi um estilo e um movimento artístico europeu de retoma de certas expressões da cultura medieval que, aproximadamente os anos de entre 1515 e 1610, constituíram manifestação contra os valores clássicos prestigiados pelo humanismo renascentista.
Caracterizou-se pela concentração na maneira.

O estilo levou à procura de efeitos bizarros que já apontam para a arte moderna, como o alongamento das figuras humanas e os pontos de vista inusitados.




As primeiras manifestações anticlássicas dentro do espírito clássico renascentista costumam ser chamadas de maneiristas. O termo surge da expressão a maniera de, usada para se referir a artistas que faziam questão de imprimir certas marcas individuais em suas obras.

Paralelamente ao renascimento clássico, desenvolve-se em Roma, do ano de 1520 até por volta de 1610, afastado conscientemente do modelo da antiguidade clássica. Uma evidente tendência para a estilização exagerada e um capricho nos detalhes começa a ser sua marca, extrapolando assim as rígidas linhas dos cânones clássicos.




O certo, porém, é que o maneirismo é uma conseqüência de um renascimento clássico que entra em decadência ou transição do renascimento ao barroco.

Uma de suas fontes principais de inspiração é o espírito religioso reinante na Europa nesse momento. Não só a Igreja, mas toda a Europa estava dividida após a Reforma de Lutero. Reinam a desolação e a incerteza.





Pintores, arquitetos e escultores são impelidos a deixar Roma com destino a outras cidades. Valendo-se dos mesmos elementos do renascimento, mas agora com um espírito totalmente diferente, criam uma arte de labirintos, espirais e proporções estranhas, que são, sem dúvida, a marca inconfundível do estilo maneirista. Mais adiante, essa arte acabaria cultivada em todas as grandes cidades européias.








ARQUITETURA


A arquitetura maneirista dá prioridade à construção de igrejas de plano longitudinal, com espaços mais longos do que largos, com a cúpula principal sobre o transepto, deixando de lado as de plano centralizado, típicas do renascimento clássico. Distribuição da luz e na decoração.
Genericamente, a arquitetura do exterior apresenta sobriedade, contrapondo-se a um interior extravagante decorado com azulejos, talha dourada em escultóricos altares, no caso das igrejas, nos palácios por baixelas, faianças porcelanas e mobiliário.






Nas igrejas:

· Guirlandas de frutas e flores, balaustradas povoadas de figuras caprichosas são a decoração mais característica desse estilo.



Caracóis, conchas e volutas cobrem muros e altares, lembrando uma exuberante selva de pedra que confunde a vista.




Nos ricos palácios e casas de campo:
· Formas convexas que permitem o contraste entre luz e sombra prevalecem sobre o quadrado disciplinado do renascimento.
· A decoração de interiores ricamente adornada e os afrescos das abóbadas coroam esse caprichoso e refinado estilo, que, mais do que marcar a transição entre duas épocas, expressa a necessidade de renovação.




PINTURA


É na pintura que o espírito maneirista se manifesta em primeiro lugar. São os pintores da

segunda década do século XV que, afastados dos cânones renascentistas, criam esse novo estilo, procurando deformar uma realidade que já não os satisfaz e tentando revalorizar a arte pela própria arte.


Principais características :

  • Composição em que uma multidão de figuras se comprime em espaços arquitetônicos reduzidos. O resultado é a formação de planos paralelos, completamente irreais, e uma atmosfera de tensão permanente.
  • Nos corpos, as formas esguias e alongadas substituem os membros bem-torneados do renascimento. Os músculos fazem agora contorções absolutamente impróprias para os seres humanos.
  • Rostos melancólicos e misteriosos surgem entre as vestes, de um drapeado minucioso e cores brilhantes.
  • A luz se detém sobre objetos e figuras, produzindo sombras inadmissíveis.
  • Os verdadeiros protagonistas do quadro já não se posicionam no centro da perspectiva, mas em algum ponto da arquitetura, onde o olho atento deve, não sem certa dificuldade, encontrá-lo.


Principais artistas:
EL GRECO (1541-1614), fundiu as formas iconográficas bizantinas com o desenho e o colorido da pintura veneziana e a religiosidade espanhola. Aluno de Tiziano.



As pinturas de El Greco se caracterizam por cores fortes e figuras alongadas.

O claro-escuro encontra-se no preto nas roupas.





Depois de alguns anos de permanência em Madri ele se estabeleceu na cidade de Toledo, onde trabalhou praticamente com exclusividade para a corte de Filipe II, para os conventos locais e para a nobreza toledana.






TINTORETTO - Era conhecido por sua grande imaginação, por sua composição assimétrica e por produzir grandes efeitos dramáticos em suas obras.



Para obter os resultados, às vezes, sacrificava até as bases da pintura desenvolvida por seus antecessores.


A Santa Ceia, de Tintoretto. Diferente de Leonardo da Vinci, Tintoretto criou uma composição totalmente desestruturada da Santa Ceia, em que o movimento do nosso olhar segue todas as direções do quadro. A luz na cabeça de Cristo é impossível, e há varios planos em que as pessoas encontram-se, detalhando bem o estilo maneirista.


Outros artistas: PONTORMOe FIORENTINO.



Essa tela de Fiorentino retrata perfeitamente o estilo maneirista: corpo alongado e anatomicamente desproporcional, sem nenhuma composição - figuras humanas em vários planos.





ESCULTURA


Na escultura, o maneirismo segue o caminho traçado por Michelangelo: às formas clássicas soma-se o novo conceito intelectual da arte pela arte e o distanciamento da realidade. Em resumo, repetem-se as características da arquitetura e da pintura.

Não faltam as formas caprichosas, as proporções estranhas, as superposições de planos, ou ainda o exagero nos detalhes, elementos que criam essa atmosfera de tensão tão característica do espírito maneirista.




· A composição típica desse estilo apresenta um grupo de figuras dispostas umas sobre as outras, num equilíbrio aparentemente frágil, as figuras são unidas por contorções extremadas e exagerado alongamento dos músculos.
· O modo de enlaçar as figuras, atribuindo-lhes uma infinidade de posturas impossíveis, permite que elas compartilhem a reduzida base que têm como cenário, isso sempre respeitando a composição geral da peça e a graciosidade de todo o conjunto.





Principais Artistas: BARTOLOMEO AMMANATI, (1511-1592) e GIAMBOLOGNA, (1529-1608). De origem flamenga, Giambologna deu seus primeiros passos como escultor na oficina do francês Jacques Dubroecq. Poucos anos depois mudou-se para Roma, onde se supõe que teria colaborado com Michelangelo em muitas de suas obras.





Estabeleceu-se finalmente em Florença, na corte dos Medici. Trabalhou com igual maestria a pedra calcária e o mármore e foi grande conhecedor da técnica de despejar os metais, como demonstram suas esculturas de bronze.







Giambologna está para o maneirismo como Michelangelo está para o renascimento.




As esculturas maneiristas caracterizam-se pelo exagero das formas distorcidas e posições impossíveis de posturas inigualáveis. Quem será que foi o modelo/guerreiro para ter aturado tais posições?

Referências

STRICKLAND, Carol. Arte comentada: da pré-história ao pós-moderno. Trad. Angela Lobo de Andrade. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.

http://www.historiadaarte.com.br/maneirismo.html

http://renascimento.wordpress.com/2007/11/

domingo, 13 de abril de 2008

Arte em carros sujos

Entrevista com o artista (em inglês):



Artista norte-americando Scott Wade, que cria paisagens, pessoas, etc. apenas com o pó que fica nas janelas dos carros...ele cria texturas, tons, apenas com pincéis, e seu "pigmento" é o pó.

Abaixo, vídeo com seus trabalhos.
Música: The Doors - Riders on the Storm


quinta-feira, 3 de abril de 2008

IDADE MÉDIA

Religião. Desde a queda de Roma até o Renascimento.
A ênfase se destacou do aqui e agora para o além e sobrenatural. O corpo belo passou a ser o corpo corrupto. O foco era cristão – salvação e vida eterna. Não havia mais interesse em representar realisticamente o mundo e os nus foram proibidos. O Cristianismo triunfou sob o paganismo e barbarismo.


Ideais Greco-romanos de proporções harmoniosas desapareceram (entre corpo e mente); agora os artistas medievais se preocupavam com a alma. “Os teólogos acreditavam que os cristãos aprenderiam a apreciar a beleza material, e o resultado foi uma profusão de mosaicos, pinturas e esculturas”.


Na arquitetura, era mais arejado e mais leve no exterior que as construções romanas, porém no interior era refulgente: mosaicos, afrescos e vitrais, espiritualmente simbólicos.


ARTE BIZANTINA – 330 d.C.

Constantino transferiu a capital do império romano para Bizâncio (Constantinopla). Roma estava sendo devastada em ruínas por bárbaros, então Bizâncio se tornou o centro de uma brilhante civilização de arte cristã com a beleza das cores e decoração grega, além de complexa formalidade.


ÍCONES – painéis de madeira com santos e seres sagrados e milagrosos, sempre com olhar fixo e halo (luz em forma de círculo ao redor da cabeça). Culto - lágrimas, incenso -, guerra e beijos.




MOSAICOS

Surgiram em Bizâncio e Ravena. Colorido, com temas religiosos e ouro como fundo. Servia para propagar o novo credo oficial, o Cristianismo.



O tema era religião em geral, mostrando Cristo como mestre e senhor todo-poderoso. Com suntuosa grandiosidade, as figuras humanas eram chapadas e rígidas, não seguindo nenhuma perspectiva ou volume, parecendo penduradas. Sempre com halos iluminando as cabeças e fundo em ouro.



Figuras humanas altas, esguias, com faces amendoadas, olhos enormes e expressão solene, olhavam diretamente para a frente, sem o menor esboço de movimento”.





ARQUITETURA – Inovação com a abóboda esférica. Hagia Sophia.




ARTE ROMÂNICA

Uma onda de construção de igrejas varreu a Europa com a instituição da fé católica romana, pegando emprestado arcos redondos e colunas da arte romana.



ARQUITETURA - Os românicos passaram a fazer os tetos das igrejas em abóbodas de pedra, pois aprenderam com Roma que feitos de madeira era muito suscetível a incêndios. A peregrinação estava muito na moda na época, e os grandes espaços da igreja eram projetados para receber grandes multidões.





RELEVOS – Os relevos esculturais contavam a doutrina religiosa para a maioria dos fiéis analfabetos. Cristo no trono celestial e cenas do Juízo Final eram as representações mais comuns.




PINTURA – Giotto – primeiro pintor que sugeriu volume, formas suaves e vivas, peso e curvas sobre os drapeados das vestimentas, sugestão de estrutura anatômica. Afrescos em alvenaria.






GÓTICA – altura e luz.


ARQUITETURA


Auge do desenvolvimento artístico da Idade Média. O que tornou possível a catedral gótica foram 2 desenvolvimentos da engenharia: abóboda com traves e suportes externos (arcobotantes/ contrafortes).




Foi possível fazer paredes enormes estreitas com janelas enormes de vitrais inunando de luz o interior. Verticalidade. Ilusão e realidade de altura – arco pontudo.



A devoção dos fiéis era tão intensa que todos os segmentos da população ajudavam na construção. Levavam séculos para serem construídas.

Esculturas, vitrais e tapeçarias eram formas de decoração inspiradora que pregavam o caminho da salvação, como se fossem textos sagrados.




ESCULTURA – nas paredes externas das catedrais. Contavam histórias bíblicas esculpidas. O corpo passou de ser desprezado e passou a ser visto como templo da alma a partir de estudos de Aristóteles, e então os artistas passaram a representar a carne com naturalidade.



Figuras esguias, longas e estáticas, serviam apenas para decorar a igreja.


VITRAIS – Passagens da Bíblia, vidas dos santos e até artesanatos tradicionais da França. Gigantescos manuscritos iluminados.



Rosácea, elemento muito comum nas igrejas góticas, com vitrais.





Fontes: sites da Internet

STRICKLAND, Carol. Arte comentada: da pré-história ao pós-moderno. Trad. Angela Lobo de Andrade. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.