Caracterizou-se pela concentração na maneira.
O estilo levou à procura de efeitos bizarros que já apontam para a arte moderna, como o alongamento das figuras humanas e os pontos de vista inusitados.
As primeiras manifestações anticlássicas dentro do espírito clássico renascentista costumam ser chamadas de maneiristas. O termo surge da expressão a maniera de, usada para se referir a artistas que faziam questão de imprimir certas marcas individuais em suas obras.
Paralelamente ao renascimento clássico, desenvolve-se em Roma, do ano de 1520 até por volta de 1610, afastado conscientemente do modelo da antiguidade clássica. Uma evidente tendência para a estilização exagerada e um capricho nos detalhes começa a ser sua marca, extrapolando assim as rígidas linhas dos cânones clássicos.
O certo, porém, é que o maneirismo é uma conseqüência de um renascimento clássico que entra em decadência ou transição do renascimento ao barroco.
Uma de suas fontes principais de inspiração é o espírito religioso reinante na Europa nesse momento. Não só a Igreja, mas toda a Europa estava dividida após a Reforma de Lutero. Reinam a desolação e a incerteza.
Pintores, arquitetos e escultores são impelidos a deixar Roma com destino a outras cidades. Valendo-se dos mesmos elementos do renascimento, mas agora com um espírito totalmente diferente, criam uma arte de labirintos, espirais e proporções estranhas, que são, sem dúvida, a marca inconfundível do estilo maneirista. Mais adiante, essa arte acabaria cultivada em todas as grandes cidades européias.
ARQUITETURA
A arquitetura maneirista dá prioridade à construção de igrejas de plano longitudinal, com espaços mais longos do que largos, com a cúpula principal sobre o transepto, deixando de lado as de plano centralizado, típicas do renascimento clássico. Distribuição da luz e na decoração.
Genericamente, a arquitetura do exterior apresenta sobriedade, contrapondo-se a um interior extravagante decorado com azulejos, talha dourada em escultóricos altares, no caso das igrejas, nos palácios por baixelas, faianças porcelanas e mobiliário.
Nas igrejas:
· Guirlandas de frutas e flores, balaustradas povoadas de figuras caprichosas são a decoração mais característica desse estilo.
Caracóis, conchas e volutas cobrem muros e altares, lembrando uma exuberante selva de pedra que confunde a vista.
Nos ricos palácios e casas de campo:
· Formas convexas que permitem o contraste entre luz e sombra prevalecem sobre o quadrado disciplinado do renascimento.
· A decoração de interiores ricamente adornada e os afrescos das abóbadas coroam esse caprichoso e refinado estilo, que, mais do que marcar a transição entre duas épocas, expressa a necessidade de renovação.
PINTURA
É na pintura que o espírito maneirista se manifesta em primeiro lugar. São os pintores da
segunda década do século XV que, afastados dos cânones renascentistas, criam esse novo estilo, procurando deformar uma realidade que já não os satisfaz e tentando revalorizar a arte pela própria arte.
Principais características :
- Composição em que uma multidão de figuras se comprime em espaços arquitetônicos reduzidos. O resultado é a formação de planos paralelos, completamente irreais, e uma atmosfera de tensão permanente.
- Nos corpos, as formas esguias e alongadas substituem os membros bem-torneados do renascimento. Os músculos fazem agora contorções absolutamente impróprias para os seres humanos.
- Rostos melancólicos e misteriosos surgem entre as vestes, de um drapeado minucioso e cores brilhantes.
- A luz se detém sobre objetos e figuras, produzindo sombras inadmissíveis.
- Os verdadeiros protagonistas do quadro já não se posicionam no centro da perspectiva, mas em algum ponto da arquitetura, onde o olho atento deve, não sem certa dificuldade, encontrá-lo.
Principais artistas:
EL GRECO (1541-1614), fundiu as formas iconográficas bizantinas com o desenho e o colorido da pintura veneziana e a religiosidade espanhola. Aluno de Tiziano.
As pinturas de El Greco se caracterizam por cores fortes e figuras alongadas.
O claro-escuro encontra-se no preto nas roupas.
Depois de alguns anos de permanência em Madri ele se estabeleceu na cidade de Toledo, onde trabalhou praticamente com exclusividade para a corte de Filipe II, para os conventos locais e para a nobreza toledana.
TINTORETTO - Era conhecido por sua grande imaginação, por sua composição assimétrica e por produzir grandes efeitos dramáticos em suas obras.
Para obter os resultados, às vezes, sacrificava até as bases da pintura desenvolvida por seus antecessores.
A Santa Ceia, de Tintoretto. Diferente de Leonardo da Vinci, Tintoretto criou uma composição totalmente desestruturada da Santa Ceia, em que o movimento do nosso olhar segue todas as direções do quadro. A luz na cabeça de Cristo é impossível, e há varios planos em que as pessoas encontram-se, detalhando bem o estilo maneirista.
Outros artistas: PONTORMOe FIORENTINO.
Essa tela de Fiorentino retrata perfeitamente o estilo maneirista: corpo alongado e anatomicamente desproporcional, sem nenhuma composição - figuras humanas em vários planos.
ESCULTURA
Na escultura, o maneirismo segue o caminho traçado por Michelangelo: às formas clássicas soma-se o novo conceito intelectual da arte pela arte e o distanciamento da realidade. Em resumo, repetem-se as características da arquitetura e da pintura.
Não faltam as formas caprichosas, as proporções estranhas, as superposições de planos, ou ainda o exagero nos detalhes, elementos que criam essa atmosfera de tensão tão característica do espírito maneirista.
· A composição típica desse estilo apresenta um grupo de figuras dispostas umas sobre as outras, num equilíbrio aparentemente frágil, as figuras são unidas por contorções extremadas e exagerado alongamento dos músculos.
· O modo de enlaçar as figuras, atribuindo-lhes uma infinidade de posturas impossíveis, permite que elas compartilhem a reduzida base que têm como cenário, isso sempre respeitando a composição geral da peça e a graciosidade de todo o conjunto.
Principais Artistas: BARTOLOMEO AMMANATI, (1511-1592) e GIAMBOLOGNA, (1529-1608). De origem flamenga, Giambologna deu seus primeiros passos como escultor na oficina do francês Jacques Dubroecq. Poucos anos depois mudou-se para Roma, onde se supõe que teria colaborado com Michelangelo em muitas de suas obras.
Estabeleceu-se finalmente em Florença, na corte dos Medici. Trabalhou com igual maestria a pedra calcária e o mármore e foi grande conhecedor da técnica de despejar os metais, como demonstram suas esculturas de bronze.
Giambologna está para o maneirismo como Michelangelo está para o renascimento.
STRICKLAND, Carol. Arte comentada: da pré-história ao pós-moderno. Trad. Angela Lobo de Andrade. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.
http://www.historiadaarte.com.br/maneirismo.html
http://renascimento.wordpress.com/2007/11/
2 comentários:
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Excelente matéria me ajudou muito nos meus planejamentos.
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