sábado, 22 de setembro de 2018

Joinville que Permanece

No dia 28 de agosto de 2018 aconteceram as apresentações do projeto "Joinville que Permanece". As alunas do curso de Pintura da EAFA (Escola de Artes Fritz Alt) da Casa da Cultura F.R.Jr. apresentaram suas produções artísticas e teóricas sobre alguns patrimônios de Joinville.
Foram selecionadas algumas construções históricas de relevância artística e cultural para a cidade - importante pensar e repensar sobre o patrimônio nesses tempos tão sombrios em que edificações inteiras estão em chamas ou são destruídas da noite para o dia.
Foi um importante projeto em que pudemos refletir sobre a manutenção desses equipamentos históricos e culturais na cidade. Conversamos sobre o uso do imóvel, conservação e as histórias de vida, as memórias e vivências dessas construções que estão em nossa cidade.
A pergunta que fica é: qual a importância do patrimônio para a nossa cidade?
Professora: Juli Rossi
Alunas:
Carla RZ Pereira – Moinho (Opa)
Célia Timm – Igreja da Paz
Dorotéa Rodrigues – Castelinho Dória
Maria Goreti Gomes – Museu Nacional da Imigração e Colonização / Rua das Palmeiras
Rejanes Galon – Estação Ferroviária /Estação da Memória
Rosinéia Brandenburg – Museu de Arte de Joinville (MAJ)
Tatiane Coelho – Casa enxaimel
Valéria Cristina Fischer – Prefeitura Antiga
As pinturas foram realizadas com tinta acrílica e textura em massa acrílica sobre tela.

Museu de Arte de Joinville (MAJ) - casa de Ottokar Doerffel - por Rosinéia Brandenburg


"Ottokar Doerffel era um visionário. Com grande influência sócio-cultural, política e econômica na antiga colônia Dona Francisca (Joinville), contribuiu de várias formas para o desenvolvimento da nossa cidade.
Num desejo de projeta a própria casa para ser não somente o lar mas também uma espécie de santuário particular, arquitetou a residência – um verdadeiro palacete – bem no alto da rua XV de Novembro. Detalhista, desenhou a casa de tal modo que ela ficasse numa posição em que as suas dependências não fossem incomodadas pelo sol do meio-dia e pelo sol da tarde.

Sendo maçom, fez questão de instalar, na construção, alguns elementos referenciando a maçonaria:
*Flor de acácia desenhada na entrada – representa segurança, clareza;
*a varanda em forma de V(tipo o compasso) - indica as possibilidades do conhecimento;
* a planta da casa em formato de L - faz parte do emblema maçônico, fazendo vez de esquadro, a segunda jóia, que traduz equidade, disciplina e retidão.

Além disso, outros detalhes que tornaram a casa uma mansão: arcos estilo gótico, várias colunas romanas.
Demorou 10 anos para ficar pronta, pois basicamente os materiais vinham da Europa.

Realmente, se nos remetêssemos a 1864 – ano em que foi concluída a obra – nós a veríamos como um palácio, tamanho sua suntuosidade."


Referências: www.ndonline.com.br e www.anoticia.clicrbs.com.br

Moinho (Opa) - por Carla Pereira

"Projetado pelo arquiteto Paul Helmut Keller, o Moinho de Vento (Wind-Mühle) de Joinville foi idealizado pelo ex-prefeito Luiz Henrique da Silveira, o qual destaca três pontos principais para sua construção: 1) Homenagear os fundadores de Joinville, que em sua maioria vieram de Schleswig-Holstein (região norte da Alemanha); 2) Sedimentar a ligação entre o povo europeu e os moradores de Joinville; e 3) criar uma atração turística capaz de motivar, juntamente com o pórtico, quem passa de BR-101 para conhecer Joinville. 


Assim, após intensas discussões sobre o investimento em tal monumento, o moinho demorou 10 meses para ser construído, e foi então inaugurado em 05 de junho de 1982 às 10:30h. A um custo de 10 milhões de cruzeiros, ele foi construído por iniciativas do Joinville Tourist Hotel com apoio da Prefeitura. Com capacidade para 180 pessoas, ao longo de muitos anos, era servido um completo café colonial, não faltando também o tradicional chope e um completo serviço de lanches.

Em março de 2014, a OPA Bier iniciou suas atividades no moinho, onde pode se encontrar hoje uma loja de cervejas artesanais da OPA, com vários artigos da cervejaria para presentes, um restaurante típico de comidas alemãs, hambúrgueres e a ideia inovadora de containers de cerveja para que o próprio cliente possa se servir". 

Referências:
Jornal A Notícia – Joinville, 06/06/1982 (Arquivo Histórico)
Jornal A Notícia – Joinville, 26/06/1993 (Arquivo Histórico)
Jornal Viver Brasil – Nov/Dez de 1982 (Arquivo Histórico)
Redação ND, Joinville, 19/12/2013 (website)


Prefeitura antiga de Joinville - por Valéria Cristina Fischer 

"O imóvel nasceu para ser agência da marca de carros Ford, depois foi rodoviária e sede da prefeitura.


A obra finalizada em 1954, seguia um padrão de construção internacional para as agências Ford. O que diferenciava a de Joinville é que seu dono - o empresário libanês João Buatim - pediu a torre/observatório mais alta para que pudesse ter uma vista privilegiada da cidade, que crescia a passos largos. A concessionária funcionou até 1968.

Depois por um breve período de 1968 à 1971, abrigou a rodoviária, onde hoje parece inimaginável que isso fosse possível. Aconteciam embarques e desenbarques. Nesta época os ônibus dividiam o mercado com os trens que eram mais vantajosos, tinham mais ofertas em horários e talvez fossem mais rápidos. Nesta época Joinville possuia uma população de 120 mil habitantes.

O maior tempo de uso do imóvel foi pelo Poder Executivo. Os 22 anos de uso pelo poder público, deixaram marcas na memória dos moradores, mas principalmente no prédio que sofreu muito pelas intervenções e falta de manutenção específica. Durante estes anos vários prefeitos marcaram a história do prédio: Pedro Ivo Campos, Luis Henrique da Silveira, Wittich Freitag e Luis Gomes.

O prédio atualmente pertence ao município; foi comprado da família Buatim em 2003 após anos de um processo judicial movido pela famíla proprietária, em desacordo com os valores oferecidos pelo município.

Atualmente o prédio abriga secretária de abastecimento".

Consulta realizada a partir de reportagem do jornal A Notícia, realizada por Rafaela Mazzaro, baseada em arquivos do Arquivo Histórico da cidade de Joinville.



Igreja da Paz (Bom Jesus) - por Célia Timm

"Em 1851, ano da colonização, a então Colônia Dona Francisca recebia seu primeiro pastor luterano, Jakob Daniel Hoffmann. O primeiro ofício do pastor Hoffmann em 21 de dezembro, foi uma benção matrimonial sendo que em 25 de dezembro do mesmo ano foi realizado o primeiro culto da comunidade luterana em Joinville em frente a um rancho da Hafenstrasse (atual 9 de março). 

Esta é a data que oficialmente marca o início da Comunidade Evangélica de Joinville. Em 1 de junho de 1857 é realizada a cerimônia de lançamento da pedra fundamental da Casa de Oração, em terreno doado pela direção da Colônia e contando com o auxílio financeiro do governo imperial. 

A inauguração da Casa de Oração Protestante aconteceu em 7 de agosto de 1864. Em 1892, uma torre foi adicionada a igreja com a instalação de sinos. 

Em 18 de dezembro do mesmo ano, uma grande festa foi realizada para a inauguração da torre que hoje é um dos maiores marcos da cidade. Na ocasião da inauguração da torre, a Sra. Pauline Parucker organizou um coro de vozes femininas, que mais tarde se tornaria o Coral da Paz. Desde a fundação da igreja ela têm passado por reformas e ampliação. No ano de 2012 foram iniciados os trabalhos buscando a restauração do templo".


Estação Ferroviária / Estação da Memória - por Rejanes Galon 


"A construção iniciou em 1904 sob a direção do engenheiro Leite Ribeiro com o levantamento topográfico. Em agosto de 1906, Joinville estava em festa. Um grupo de políticos e empresários rumou para São Francisco do Sul para receber o presidente Afonso Pena, que visitaria a cidade. 

Ao contrário da comitiva que foi recepcioná-lo na cidade vizinha, ele não pegou o barco a vapor. Viria de trem. Sua construção foi o marco de uma obra fundamental no desenvolvimento e na comunicação da região ao longo do século XX. Os festejos não revelaram as dificuldades para fazer com que o projeto da Cia Estrada de Ferro fosse concluída. 

Quando o presidente Afonso Pena chegou no prédio da estação, a viagem só era possível no trecho entre Joinville e São Francisco do Sul – e mesmo assim através de uma ponte provisória no Linguado. O interior ainda não estava conectado. Somente em 1910 a ligação entre São Francisco do Sul e Hansa (Corupá) foi entregue – porém ainda faltava o trecho restante, que iria até o rio Paraná. 

Em 1917 devido a grande movimentação de cargas e pessoas a Estação Ferroviária passou por um processo de ampliação. Havia no local uma instalação de um café/lanchonete.

Em 2003 a estação passou por um processo de restauração e resgata a ambivalência arquitetônica. No ano de 2003 foi feito o tombamento histórico. A Prefeitura Municipal de Joinville compra a Estação da Memória como passou a ser chamada e realizou o tombamento."

Fonte:
https://ndonline.com.br/joinville/especiais/ldquo-1906-rdquo-estacao-ferroviaria-de-joinville-ndash-um-simbolo-de-desenvolvimento-para-a-regiao

Castelinho - por Dorotéa Rodrigues 


"O palacete é fruto do empenho do casal Oswaldo e Lady Dória, que elaborou o projeto da residência e cuidou de todos os detalhes para torná-lo a casa dos sonhos.

As obras foram iniciadas em 1944 pela construtora Irmãos Thá, de Curitiba, e só foram concluídas dois anos depois. Durante 29 anos a casa abrigou a família Dória. 

Posteriormente foi adquirida pelo banco Francês e Brasileiro e atualmente o banco Itaú lá mantém as atividades.

Esta construção em estilo normando,esta localizada na Rua Jeronimo coelho,mais conhecido pelos Joinvilenses como Castelinho".

Blog História Joinvile. Fonte: http://historiajoinville.blogspot.com/2010/10/#900917185325354218

 
Museu Nacional da Imigração e Colonização - por Goreti Gomes 

"O Museu Nacional de Imigração e Colonização localizado no centro da cidade, tinha a Rua das Palmeiras, ou “Alameda Brüstlein” como jardim de entrada. Foi criado foi pela Lei Federal nº 3.188 de 02/07/1957. 


Até então o Casarão era residência dos administradores da Colônia e seus herdeiros. 
Atualmente, a propriedade que compreende uma área de 6 mil m², possui espaços expositivos que contam histórias da vida rural e urbana da região.
Quando o casarão foi construído contava com a “Alameda Brüstlein” ou Rua das Palmeiras como parte integrante do jardim. Em 1873, foram plantadas, 56 palmeiras imperiais, com sementes vindas do Rio de Janeiro. O número diminuiu para 52, quando da abertura da Rua Rio Branco e a ampliação da Rua do Príncipe. Atualmente há em torno de 90 palmeiras. O número aumentou em virtude da preocupação em manter a rua, visto que as palmeiras imperiais tem vida de 150 a 200 anos.

O Casarão, também conhecido como "Maison de Joinville" teve o início da sua construção em 1867 e foi concluído em 1870. O projeto da casa foi elaborado por Frederico Bruestlein, administrador dos bens do Príncipe de Joinville.

 O padrão de arquitetura do casarão é inspirado nas casas da burguesia de Paris. O termo 'Palácio dos Príncipes' é equivocado, visto que não foi construído para servir de residência aristocrática à família Orleans, mas sim, em forma de simples 'casarão colonial ao estilo burguês destinado para casa de administração na Colônia Dona Francisca. 

A "Maison de Joinville" foi tombada pelo antigo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (atual IPHAN) em 1939 por conta da importância histórica para a cidade de Joinville, sendo uma das primeiras construções fora do litoral brasileiro a serem tombadas.

Após a morte do Sr. Bruestlein, outros representantes dos herdeiros dos príncipes viveram no casarão com suas famílias até 1957, quando foi adquirida pela Prefeitura de Joinville dos herdeiros do Príncipe.

O prédio de mais 850 m² representa bem o estilo arquitetônico predominante: o neoclássico; possuindo simetria, uso de colunas e arcos, pórtico colunado e frontão triangular.

Fontes: Jornal A Notícia e Wikipédia


Casa Enxaimel (Rua Ministro Calógeras) - por Tatiane Coelho 

"Tijolos históricos ainda são vistos com facilidade nas regiões rural e urbana de Joinville, a técnica do enxaimel difundida na cidade pode ser considerada única no mundo.


As construções de estrutura de madeira preenchida com tijolos, na maioria das vezes sem reboco, hoje dão charme às ruas em que prevalecem geminados, prédios e mansões, virando um símbolo da imigração germânica em Joinville.

Mais de cem anos depois da chegada dos europeus, não é preciso muito esforço para encontrar um exemplar. De acordo com a coordenação de patrimônio da Fundação Cultural de Joinville (FCJ), a técnica pode ser vista nas ruas Santa Catarina, Ottokar Doerffel, General Valgas Neves, Blumenau, Boehmerwald e Copacabana, além da Estrada Dona Francisca e do Piraí.

Em Joinville, há registros de construções com esta técnica de 1865 até a década de 1960. Conveniente para a situação econômica dos imigrantes, o enxaimel foi a solução encontrada pelas famílias para levantar moradias de forma rápida e com baixo custo, aproveitando um conhecimento que vinha com os imigrantes, mas já quase inutilizado na área rural da Europa, onde surgiu. O arquiteto e urbanista Marcel Vieira explica que a técnica apareceu após o século 13, quando a madeira começou a ficar escassa e os europeus aderiram a uma técnica mista de construção, que usava apenas a trama de madeira preenchida por alvenaria. 

Na Colônia Dona Francisca, a solução construtiva foi adaptada à realidade local, criando aspectos diferentes do que era feito na Alemanha. As adaptações, segundo Marcel, começam na volumetria das casas: em Joinville, elas são menores e têm poucas divisões internas. Alguns exemplares ainda incorporam varandas, recurso para proteção contra a chuva e o calor."




Rosineia Brandenburg

Carla Pereira

Valéria C. Fischer

Célia Timm

Rejanes Galon

Dorotéa Rodrigues

Mª Goreti Gomes

Tatiane Coelho





Parabéns a todas!

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