sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Exposição Shopping Müeller

Os alunos do Projeto de Extensão da Casa da Cultura irão expor no Müeller - praça central de eventos e em outros locais - sob curadoria minha, da professora Ane e professora Ilcirene.

LOCAIS:
TÉRREO - na frente da loja Cassol
1o PISO -
entre as escadas rolantes
2o PISO - em frente às lojas Paquetá/Sepha

-> São pinturas e desenhos de alunos com necessidades especiais e aqueles que buscam um curso profissionalizante e não têm condições de ir até a Casa da Cultura.

Prestigiem!

A abertura será dia 01 de março, este sábado, às 11 da manhã!

A exposição vai durar até o dia 9 de março.


quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

RENASCIMENTO - PARTE II

PARTE II

Continuação do texto da aula sobre Renascimento.

No século XVI, a liderança artística chegou a Roma e Veneza, onde os artistas criaram extraordinárias obras de arte com total domínio das técnicas. Suas obras fundiram de tal maneira as descobertas de composição, proporção e perspectiva – Essa época do auge da arte renascentista foi chamada de Alta Renascença.




LEONARDO DA VINCI

(Leia mais sobre Leonardo da Vinci clicando aqui)



Leonardo Da Vinci, artista plástico, cientista e escritor italiano, nasceu em 15 de abril de 1452 - data em que se comemora o Dia Mundial do Desenhista. Era também anatomista, engenheiro, matemático, músico, naturalista e filósofo, bem como arquiteto, escultor, entre outros, e reinventor da fábula na Itália.



Definiu o artista como gênio. Dominou com sabedoria um jogo expressivo de luz e sombra, gerador de uma atmosfera que parte da realidade, mas estimula a imaginação do observador.



Ele era um homem belo, tinha uma esplêndida voz, uma mente magnífica, uma excelência em matemática e tendências científicas.


Sua abundância de talentos levava-o a questionar e a lutar contra seu lado artístico, raramente terminando uma pintura e, frequentemente, experimentando novas técnicas.



“Leonardo foi universalmente admirado por sua bela aparência, seu intelecto e seu charme. Sua ‘beleza pessoal não podia ser maior’, segundo a opinião de um contemporâneo desse homem alto de longos cabelos louros, ‘de quem cada movimento era a pura graciosidade, e cujas habilidades eram tão excepcionais que ele resolvia prontamente qualquer dificuldade’. Como se não bastasse, Leonardo cantava ‘divinamente’ e ‘sua encantadora conversação conquistava todos os corações’” (STRICKLAND, p. 43, 2003).


Dissecava cadáveres e morou num hospital para estudar mais a fundo a anatomia humana.




Além de pintor, Leonardo da Vinci, foi grande inventor. Dentre as suas invenções estão "Parafuso Aéreo", primitiva versão do helicóptero, a ponte elevadiça, o escafandro, um modelo de asa-delta etc.

Como Shakespeare, Leonardo surgiu do nada e acabou sendo aclamado universalmente.

Leonardo foi um filho ilegítimo de um advogado local da pequena cidade de Vinci. Seu pai o educou e pagou seus estudos, mas supomos que seu talento não foi afetado pela sua origem.


MONALISA



É a obra de arte mais famosa e mais reproduzida do mundo.


Decorou o quarto de Napoleão até ser levado ao Louvre, em 1804. Perfil da Alta Renascença: perspectiva, composição triangular, óleo sobre tela/madeira e chiaroscuro ao invés de contornos.


Diz-se que em 1911, um italiano revoltado com o fato de que o melhor da Itália estava na França, roubou a Monalisa para seu país original. O retrato foi encontrado no quarto do miserável dois anos depois.


Seu sorriso é enigmático pois Leonardo tinha conhecimento de sombra e como dar noções de profundidade e ilusão. Ou seja, se você olhar diretamente para o sorriso, ele desaparecerá. Agora se você olhar a obra como um geral, ele permanecerá ali. Seu olhar segue nossos passos; essa foi uma característica decorrente da Renascença, pois ao desenhar/pintar os olhos de forma direta e centralizada, focando o espectador, ele sempre o perseguirá, onde quer que esteja o observador.


Há diversos boatos e teorias que circundam este quadro misterioso. A mais aceita é que ela era a jovem esposa de um mercador florentino, Francesco Giocondo, este que era amigo do pai de Leonardo da Vinci. Mona é uma abreviatura para "senhora", e Lisa era o nome da moça. Ela tinha 24 anos e músicos e bufões foram contratados para distraí-la, e para que Monalisa relaxasse.




Outros boatos sobre quem era Monalisa (quanto mais você pesquisa, mais vai achar teorias mirabolantes):



- Monalisa era a mãe de Leonardo da Vinci;

- Monalisa era a avó de Leonardo da Vinci;

- era o próprio Leonardo da Vinci, que acredita-se atualmente que era homossexual e então quis retratar-se;

- uma prostituta de Florença;

- foi uma encomenda para um rei;

- era mãe de 5 filhos;

- retrato de Jesus Cristo;

- era uma mulher morta que ainda não tinha fechado os olhos (essa foi a teoria mais macabra que já li);

- nobre florentina.


Muitos artistas conhecidos da História da Arte reproduziram a Monalisa, justamente por ela ser a obra de arte mais famosa, que até se tornou clichê.

Veja alguns exemplos:



Andy Warhol, da POP ART



Botero e sua Monalisa obesa



Basquiat e sua Monalisa atualizada



Duchamp - L.H.O.O.Q. Esse bigodinho está muito a la Leonardo da Vinci...


Site muito legal sobre a Monalisa , com várias releituras e teorias: http://monalisamania.com/aammain.htm


Outras releituras que achei na Internet (entre milhares):



A Monalisa continua sendo a obra de arte mais reproduzida do mundo.



Algumas pinturas de Leonardo da Vinci - assista ao vídeo:




A ULTIMA CEIA/ SANTA CEIA


Pintura religiosa mais admirada. Leonardo dizia que queria pintar o homem e a intenção de sua alma. Revela o caráter e reação emocional de cada apóstolo.


Houve toda uma polêmica com o livro e o filme "O Código da Vinci", que basicamente afirma que Jesus e Maria poderiam ter sido marido e mulher. Maria poderia ter sido retratada ao lado esquerdo de Jesus que, cá entre nós, realmente a figura lembra um pouco um rosto feminino.


Em teoria diz-se que a figura a esquerda de Cristo é o apóstolo João que está ouvindo a pergunta de Pedro (ao lado, escorado em seu ombro): "Serei eu?", pois Leonardo retratou a cena quando Jesus afirma que um de seus apóstolos irá traí-lo. Judas seria o primeiro homem a direita, com o dedo para cima.



Perceba o uso da perspectiva; como as linhas convergem para a cabeça de Cristo, que seria o ponto de fuga.


Leonardo era tão eufórico em criar novas técnicas que inventou uma mistura frustrada de têmpera e óleo em alvenaria, que fez com que sua obra fosse caindo aos pedaços mesmo em vida.


A imagem abaixo retrata uma cópia da obra original, a qual é similar... só que na pintura original a parte que mostra os pés de Cristo não existe mais devido a uma porta que costruíram no local a séculos atrás.

Para se ter dimensão do tamanho do afresco (pintura em parede), veja o vídeo amador de algum visitante brasileiro da Santa Ceia (só é possível vê-la com hora marcada):





MICHELANGELO


Desde pequeno interessou-se por escultura e seus patronos sempre foram integrantes da família Médici (patronos de arte). Era solitário e recusava a ensinar aprendizes. Fez esculturas até sua morte, perto dos 90 anos. Achava que a escultura era a arte mais próxima de Deus.


Era também amargurado e sarcástico. Certa vez perguntaram-no sobre uma coruja em uma pintura de um artista qualquer, e ele, comentando sobre a pintura e a coruja, dizia que todo artista colocava um pouco de seu auto-retrato nas pinturas.


Com inspirações greco-romanas (característica muito importante do Renascimento), Michelangelo esculpiu Davi. Podemos ver pela posição serena, equilibrada e idealizada, além do uso do contraposto (peso do corpo apoiado em uma das pernas).



Detalhe de Davi:



Entre 1508 e 1512 trabalhou na pintura do teto da Capela Sistina, no Vaticano. Para essa capela, concebeu e realizou grande número de cenas do Antigo Testamento. Dentre tantas que expressam a genialidade do artista, uma particularmente representativa é a criação do homem.


Concluiu a escultura Pietá com 23 anos (!!!).



Um senhor quando viu a escultura não acreditou que ela tinha sido feita por alguém tão jovem, por tamanha perfeição e destreza, fazendo com que Michelangelo assinasse a escultura com uma faixa no peito de Maria.



RAFAEL


Suas obras comunicam ao observador um sentimento de ordem e segurança, pois os elementos que compõem seus quadros são dispostos em espaços amplo, claros e de acordo com uma simetria equilibrada. Foi considerado grande pintor de “Madonas”.

Obras destacadas: A Escola de Atenas e Madona da Manhã.


Aqui Rafael dá noção de profundidade e perspectiva linear e tonal. Linear pois as linhas convergem para um mesmo ponto de fuga, e tonal pois eles distorce os corpos e muda os tons de pele e roupa à medida que as pessoas vão ficando mais distantes.




Principais figuras do Renascimento

Itália -- Francesco Petrarca, Giovanni Boccaccio, Nicolau Maquiavel, Leonardo da Vinci, Rafael Sanzio, Michelangelo Buonarroti.

França -- François Rabelais, Michael de Montaigne.

Inglaterra -- Thomas Morus, William Shakespeare.

Holanda -- Erasmo de Rotterdam, Jan Van Eyck, Pieter Bruegel, Rembrandt.

Alemanha -- Albrecht Dürer, Hans Holbein.

Portugal -- Luís Vaz de Camões.

Espanha -- Miguel de Cervantes.


Referências Bibliográficas:

STRICKLAND, Carol. Arte comentada: da pré-história ao pós-moderno. Trad. Angela Lobo de Andrade. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.

www.historiadaarte.com.br

http://www.brasilescola.com/historiag/renascimento.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Renascimento

http://www.suapesquisa.com/renascimento/

http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=191

http://www.nomismatike.hpg.com.br/Renascimento.html

http://girafamania.com.br/artistas/personalidade_leonardo.html

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

RENASCIMENTO

PARTE I

Segue texto da aula sobre Renascimento, com algumas alterações.

A Idade Média tem esse nome pois situou-se entre dois picos da glória artística: o período Clássico e o Renascimento.

Foi durante os séculos XIV e XV que as cidades italianas como por exemplo, Gênova, Veneza e Florença, passaram a acumular grandes riquezas provenientes do comércio. Estes ricos comerciantes começaram a investir nas artes, aumentando assim o desenvolvimento artístico e cultural. A partir daí também foi criado o mecenato (patrocínio artístico). Por isso, a Itália é conhecida como o berço do Renascentismo.


Cosmo de Médici, um dos mais importantes mecenas do Renascimento. A família Médici patrocinou Michelangelo durante toda sua vida.

“A arte é parecida com a vida”. O interesse passou do sobrenatural para o natural. A redescoberta da tradição Greco-romana ajudou os artistas a reproduzirem acuradamente as imagens visuais. Trata-se de uma volta deliberada, que propunha a ressurreição consciente (o re-nascimento) do passado, considerado agora como fonte de inspiração e modelo de civilização. Uma outra característica marcante foi o racionalismo, isto é, a convicção de que tudo pode ser explicado pela razão do homem e pela ciência, a recusa em acreditar em qualquer coisa que não tenha sido provada; dessa maneira o experimentalismo, a ciência, conheceram grande desenvolvimento. Houve então uma expansão do conhecimento científico do corpo humano e do mundo natural, com a maior compreensão da anatomia e perspectiva, possibilitou esses séculos a superarem as técnicas da Grécia e da Roma.


Davi, de Michelangelo. Aqui podemos perceber claramente a influência grega na escultura renascentista - tanto a posição de Davi quanto a idealização da beleza e serenidade. Perceba como uma das pernas está apoiando o peso do corpo, equilibrando o eixo central para que a figura fique relaxada... isso se chama contraposto e foi muito utilizado nas esculturas clássicas.


Além de atingir a Filosofia, as Artes e as Ciências, o Renascimento fez parte de uma ampla gama de transformações culturais, sociais, econômicas, políticas e religiosas que caracterizam a transição do Feudalismo para o Capitalismo. Nesse sentido, o Renascimento pode ser entendido como um elemento de ruptura, no plano cultural, com a estrutura medieval. Para os artistas da época renascentista, os gregos e romanos possuíam uma visão completa e humana da natureza, ao contrário dos homens medievais.

A exploração de novos continentes e pesquisas científicas davam confiança ao homem, e a Igreja foi perdendo seu domínio com a Reforma Protestante. O estudo de Deus como Ser Supremo foi substituído pelo estudo do ser humano. Era um meio de explorar a vida na terra. Num sentido amplo, esse ideal pode ser entendido como a valorização do homem (Humanismo) e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural, conceitos que haviam impregnado a cultura da Idade Média.

Retratos detalhistas de van Eyck, gravuras de Dürer, corpos contorcidos e iluminação de El Greco. Tanto a pintura como a escultura que antes apareciam quase que exclusivamente como detalhes de obras arquitetônicas, tornam-se manifestações independentes.

Houve 4 inovações técnicas (patamares) que influenciaram a arte por séculos e influenciam até hoje:


1 – óleo sobre tela. De pintura a têmpera (pigmento em pó misturado com ovo) sobre madeira passou a óleo sobre tela. O mineral era moído e misturado com a terebentina, aplicado sobre a tela. Dava suaves nuances de tonalidade – formas em três dimensões - e uma vasta gama de cores.


2 – Perspectiva – método de criar uma ilusão de profundidade em uma superfície plana. Perspectiva linear – 1 linha que alinha os objetos em um único ponto. Reduziam o tamanho dos objetos e apagavam as cores ou borravam detalhes à medida que ficavam mais afastados.


3 – Luz e sombrachiaroscuro (claro/escuro) – nova técnica para modelar formas. Partes mais claras parecem emergir das áreas mais escuras produzindo, na superfície plana, a ilusão de um relevo escultural.


4 – Configuração em pirâmide – retratos agrupados horizontalmente no primeiro plano da pintura deram lugar a uma “configuração piramidal”, mais tridimensional.


Por isso a Monalisa é um ícone e a obra de arte mais famosa do mundo: possui todos os patamares/rupturas que caracterizaram a pintura renascentista. A única característica que não condiz seria o óleo sobre tela, pois foi pintada com óleo, mas sobre madeira. A paisagem de trás nos denota profundidade e perspectiva; podemos ver nitidamente a configuração em pirâmide e a forma avançada de luz e sombra, mas falaremos sobre ela mais pra frente!



O Renascimento nasceu em Florença. Os primeiros artistas que inventaram esse novo estilo foram Masaccio, Donatello (escultor) e Botticelli, cujas pinturas lineares chegaram a um refinamento.


MASACCIO


Fundador da pintura na 1ª fase do Renascimento. Pintou a figura humana como um ser humano real, e não como uma coluna no estilo gótico. Dominou a perspectiva e usou uma única fonte de luz constante lançando sombras precisas. Depois de Giotto, esse foi o cara que começou a utilizar, mas de forma mais consciente, as sombras e a perspectiva. Na figura abaixo, conseguimos perceber que o ponto de fuga (local onde todas as linhas se convergam) encontra-se na cabeça de Cristo. Perceba como a edificação do lado direito possui seus traços convergindo à cabeça Dele.




DONATELLO


O que Masaccio fez na pintura, Donatello fez na escultura. Recuperou a descoberta da escultura clássica e do contrapostto (peso concentrado numa das pernas e resto do corpo em relaxamento, ligeiramente virado para um lado). Esculpia e drapeava as figuras com realismo, de acordo com a estrutura óssea. “Davi” foi o primeiro nu em tamanho natural desde o clássico.

Davi, de Donatello.



Essa escultura em madeira retrata Madalena no fim de seus dias: velha, com rugas e os cabelos secos e expressão cansada mas com fé. Aí percebe-se um pouco da quebra da idealização da beleza - Donatello quis fazer uma escultura não idealizada e de acordo com o real (até demais). Diz-se que quando Donatello terminou esta escultura, falou à estátua: "Fale, fale ou morrerás de peste!", de tão expressiva que ficou.



BOTTICELLI


Os 2 outros artistas lançavam o Realismo tradicional, e Botticelli ia para o caminho oposto. Estilo decorativo linear, clássico e idealizado. Para ele, a beleza estava associada ao ideal cristão. Por isso, as figuras humanas de seus quadros são belas porque manifestam a graça divina, e, ao mesmo tempo, melancólicas porque supõem que perderam esse dom de Deus. Retrocesso à arte bizantina, mas os nus sintetizam a Renascença. Seus temas abordavam a mitologia clássica, como sua mais amosa obra "O Nascimento de Vênus":



Detalhe da obra:

Que olhar sereno e passivo, parece que nem sabe o que está acontecendo a sua volta...


No século XVI, a liderança artística chegou a Roma e Veneza, onde os artistas criaram extraordinárias obras de arte com total domínio das técnicas. Suas obras fundiram de tal maneira as descobertas de composição, proporção e perspectiva – Alta Renascença, que foi onde teve seu auge artístico.


->> Leia a segunda parte do texto, clicando AQUI


Referências bibliográficas:

STRICKLAND, Carol. Arte comentada: da pré-história ao pós-moderno. Trad. Angela Lobo de Andrade. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.

www.historiadaarte.com.br

http://www.brasilescola.com/historiag/renascimento.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Renascimento

http://www.suapesquisa.com/renascimento/

http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=191

http://www.nomismatike.hpg.com.br/Renascimento.html

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

PRÉ-HISTÓRIA

Segue material da aula sobre a pré-história, com algumas alterações.

Texto extraído do site:
www.historiadaarte.com.br , com citações do livro Arte comentada: da pré-história ao pós-moderno, de Carol Strickland (Rio de Janeiro: Ediouro, 2003).

Um dos períodos mais fascinantes da história humana é a Pré-História. Esse período não foi registrado por nenhum documento escrito, pois é exatamente a época anterior à escrita. Tudo o que sabemos dos homens que viveram nesse tempo é o resultado da pesquisa de antropólogos, historiadores e dos estudos da moderna ciência arqueológica, que reconstituíram a cultura do homem.
Os primeiros objetos artísticos criados pelo homem não foram criados para adornar o corpo ou decorar cavernas, e sim com o intuito de controlar ou aplacar as forças da natureza. Ou seja, hoje consideramos arte rupestre, mas na época os homens não faziam essas pinturas e objetos com intuitos artísticos, mas sim de sobrevivência, poder e magia.
O homem passou da mentalidade Neanderthal a Cro-magnon, ou seja, ao invés da mentalidade do homem estar voltada à construção de instrumentos como era anteriormente, passou a ser voltada à construção de imagens.

Pinturas rupestres da caverna de Altamira, na Espanha (14.000a.C.). Diz-se que as pinturas dessa caverna foram descobertas por acaso por um senhor e sua filha que estavam explorando as cavernas em 1869, quando, ao ver que o pai estava batendo a cabeça no teto da caverna, a filha pôde observar as diversas pinturas que rondavam o teto e as paredes. A autenticidade dos desenhos só foi reconhecida cerca de 40 anos depois.

Divisão da Pré-História:
Paleolítico (pedra antiga)
A principal característica dos desenhos da Idade da Pedra Lascada é o naturalismo. O artista pintava os seres, um animal, por exemplo, do modo como o via de uma determinada perspectiva, reproduzindo a natureza tal qual sua vista captava. Atualmente, a explicação mais aceita é que essa arte era realizada por caçadores, e que fazia parte do processo de magia por meio do qual procurava-se interferir na captura de animais, ou seja, o pintor-caçador do Paleolítico supunha ter poder sobre o animal desde que possuísse a sua imagem. Eram feitas em rochedos e paredes de cavernas. O homem deste período era nômade.


Gruta de RODÉSIA, África, com mais de 40.000 anos.

Antes de pintar as paredes da caverna, o homem fazia ornamentos corporais, como colares, e, depois magníficas estatuetas, como as famosas “Vênus”.
Existem várias cavernas pelo mundo, que demonstram a pintura rupestre, algumas delas são:

Caverna de LASCAUX França, suas pinturas foram achadas em 1942, têm 17.000 anos. A cor preta, por exemplo, contém carvão moído e dióxido de manganês. Dois meninos acharam quando estavam passeando nas redondezas da área, quando perderam o cachorro e acharam-no na caverna. Por atrair muitos turistas e curiosos, os desenhos começaram a ser escondidos por fungos e umidade, o que fez com que a caverna ficasse fechada ao público a partir de 1963:


Caverna de CHAUVET, França, há ursos, panteras, cavalos, mamutes, hienas, dezenas de rinocerontes peludos e animais diversos, descoberta em 1994:


Os artistas do Paleolítico Superior realizaram também trabalhos em escultura. Mas, tanto na pintura quanto na escultura, nota-se a ausência de figuras masculinas. Predominam figuras femininas, com a cabeça surgindo como prolongamento do pescoço, seios volumosos, ventre saltado e grandes nádegas. Destaca-se: Vênus de Willendorf (25.000 a 20.000. a.C. - escultura mais antiga que se tem conhecimento).



Os traços volumosos enfatizam a fertilidade na mulher. Quanto mais volumosa era a mulher, mais fértil e mais atraente. E se os padrões de beleza continuassem assim até hoje, como seria a Vênus se ela fosse humana, e não mais uma escultura?

Período Neolítico (pedra nova ou polida)– o clima se tornou mais temperado e os homens saíram das cavernas, pois o gelo derreteu e agora o homem começou a usar o espaço ao seu redor. A fixação do homem da Idade da Pedra Polida, garantida pelo cultivo da terra/agricultura e pela manutenção de manadas/gado, ocasionou um aumento rápido da população e o desenvolvimento das primeiras instituições, como família e a divisão do trabalho. Assim, o homem do Neolítico desenvolveu a técnica de tecer panos, de fabricar cerâmicas e construiu as primeiras moradias, constituindo-se os primeiros arquitetos do mundo. Conseguiu ainda, produzir o fogo através do atrito e deu início ao trabalho com metais. Seus complexos arquitetônicos eram feitos com pedras encaixadas e amontoadas.



Todas essas conquistas técnicas tiveram um forte reflexo na arte. O homem, que se tornara um camponês, não precisava mais ter os sentidos apurados do caçador do Paleolítico, e o seu poder de observação foi substituído pela abstração e racionalização. Como conseqüência surge um estilo simplificador e geometrizante, sinais e figuras mais que sugerem do que reproduzem os seres. Os próprios temas da arte mudaram: começaram as representações da vida coletiva.
Além de desenhos e pinturas, o artista do Neolítico produziu uma cerâmica que revela sua preocupação com a beleza e não apenas com a utilidade do objeto, também esculturas de metal.

IDADE DOS METAIS
• aparecimento de metalurgia;
• aparecimento das cidades;
• invenção da roda;
• invenção da escrita; e
• arado de bois.


Um filme que retrata a pré-história é A Guerra do Fogo (La Guerre du Feu), de 1981, do diretor francês Jean-Jacques Anaud. Veja a cena do filme em que eles descobrem o fogo: