sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

História do Desenho

Texto extraído do site: http://odesenho.no.sapo.pt/ls_desenho1.html

O homem pré-histórico marcou na rocha seres humanos, animais, plantas, elementos do seu mundo, expressando de uma forma intensa as suas vivências.


Pintura rupestre - Lascaux. 15.000 a 10.000 anos A.C.

As culturas da antiguidade como a Egípcia e Grega, deixaram marcas da sua história registadas sob a forma de imagens desenhadas que nos oferecem meios para a compreensão do seu pensamento história e sabedoria.



Fragmento do livro dos mortos de Tebas - Egito, C/ 1000 AC


O desenho da idade média transporta-nos para o ambiente da época com as suas personagens ingénuas e espaços "impossíveis" por ausência da perspectiva.


Detalhe de um desenho mural de Palau Calades - Barcelona. Idade Média


No renascimento o desenho ganha pujança e força com as suas perspectivas sublimes e a sensibilidade grandiosa dos mestres da época.

Paolo Ucello - estudo para cálice- Renascimento
J. V. de Vries
"Perspective pas altera" ,1604-1605


Leonardo da Vinci - Estudo de perspectiva (detalhe) - Renascimento


Cada cultura possui saberes, códigos e valores próprios e portanto condiciona os sistemas de comunicação. O desenho de cada período histórico é condicionado por aquilo que em determinado momento histórico é considerado verdadeiro e digno de importância.


Veja-se por exemplo como varia a representação de um Cristo na arte Bizantina ou na da Idade Média, do Gótico ou da actualidade. Igualmente a representação da figura humana aparece com aspectos completamente diversos conforme as épocas históricas devido aos conhecimentos que se tinham ou não sobre a anatomia humana, ou os ideais de beleza do momento.

Também de indivíduo para indivíduo, mesmo sendo contemporâneos, o carácter do desenho varia caracterizando a capacidade de representação, sensibilidade, personalidade e interesses de cada um. Mesmo desenhos do mesmo indivíduo, por vezes variam bastante de acordo com diversas condicionantes, como a experiência, vivências, estados de espírito, etc.

Quase sempre um registo desenhado parte de uma experiência de observação da realidade. Refletindo sobre o que vê, o homem regista o que compreende da realidade e o que julga ser digno de interesse.


Picasso - Eric Satie - lápis s/ papel. 1920


Do ponto de vista do observador procura-se fazer a descodificação do que se vê representado, a partir do que se conhece do mundo, fazendo associações automáticas entre o que conhecemos da realidade e o que vemos representado.

O receptor
, aquele que analisa um desenho, também só perceberá nele o que conseguir ou quiser entender. A cultura que cada um de nós possui, vai tornar-nos mais ou menos capazes de extrair "leituras" de uma imagem ou desenho. O tipo de sensibilidade, a disponibilidade e curiosidade para apreciar a imagem também conduzem a uma apreensão mais rica ou mais pobre.

(Leonor Soares 2001-03)

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Grécia

GRÉCIA “O homem é a medida de todas as coisas” Protágoras.

Também chamada de Idade de Ouro, ou época de Péricles, pois defendeu a democracia e o livre pensar. A Grécia valorizava a dignidade e o valor do homem.


Enquanto a arte egípcia é uma arte ligada ao espírito, a arte grega liga-se à inteligência, pois os seus reis não eram deuses, mas seres inteligentes e justos que se dedicavam ao bem-estar do povo. A arte grega volta-se para o gozo da vida presente. Contemplando a natureza, o artista se empolga pela vida e tenta, através da arte, exprimir suas manifestações. Na sua constante busca da perfeição, o artista grego cria uma arte de elaboração intelectual em que predominam o ritmo, o equilíbrio, a harmonia ideal. Eles têm como características: o racionalismo; amor pela beleza; interesse pelo homem, essa pequena criatura que é “a medida de todas as coisas”; e a democracia.


ARTE GREGA


A figura humana foi o principal motivo na arte grega, afinal eles valorizavam o homem, então a arte estava de acordo com o pensamento da época, como sempre. Enquanto a filosofia destacava o harmonia, ordem e clareza de pensamento, a arte e a arquitetura buscavam o equilíbrio e moderação. Filosofia humanista. Contribuições: DEMOCRACIA, INDIVIDUALISMO E RAZÃO.

Estilos:


  1. Arte geométrica – vasos com faixas geométricas e frisos de animais e humanos simplificados.



2. Arte arcaica
kouros em pedra e pintura de vasos. Kouros – estátuas em posição frontal, pé esquerdo avançando, punhos fechados e “sorriso arcaico”.



3. Arte clássica
– auge da arte e arquitetura. Figuras idealizadas com harmonia.

Vitória de Samotrácia


4. Helênica/Helenística – derivado do grego, difundiu-se em outras regiões, como a Ásia Menor. Um estilo mais melodramático.




PINTURAS – bons conhecedores da pintura, porém não veio até nós; não temos conhecimento de nenhum até hoje. Eram tão vívidas que afirmou-se certa vez que um passarinho veio bicar uma cesta de frutas pintada numa parede, de tão realista que era a pintura.


PINTURA EM CERÂMICA – contava a história dos deuses e heróis da mitologia grega ou narrava eventos como festas e guerras.


Além de servir para rituais religiosos, esses vasos eram usados para armazenar, entre outras coisas, água, vinho, azeite e mantimentos.

Evolução dos estilos:


1. Geométrico – figuras e ornamentos tinham formas basicamente geométricas.



Detalhe de um vaso grego de estilo geométrico,
mostrando as frisas características da arte grega.

2. Figura negra (Período Arcaico) – estilo com fundo avermelhado. Os artistas riscavam os detalhes do desenho com agulha. Depois, inverteu-se o esquema de cores.






3. Figura vermelha o vermelho natural da argila delineava os desenhos. Detalhes pintados em preto. As figuras pela primeira vez são mais realistas.






ESCULTURA – introduziram o nu na arte. Na escultura, o antropomorfismo - esculturas de formas humanas - foi insuperável. As estátuas adquiriram, além do equilíbrio e perfeição das formas, o movimento. As proporções ideais das estátuas representavam a perfeição do corpo (desempenho atlético) e mente (debate intelectual).



Buscavam uma síntese dos 2 pólos do comportamento humano: paixão e razão. O mármore branco era embelezado com pintura encáustica – pintura de pigmento em pó e cera quente.


No Período Clássico passou-se a procurar movimento nas estátuas, para isto, se começou a usar o bronze que era mais resistente do que o mármore, podendo fixar o movimento sem se quebrar. Surge o nu feminino, pois no período arcaico, as figuras de mulher eram esculpidas sempre vestidas, por pudor. E o sexo masculino era considerado perfeito...


Vênus de Milo

Contraposto – princípio do apoio do peso. Foi uma inovação, pois o peso do corpo se apóia em uma das pernas e o corpo segue esse alinhamento, dando uma pequena ilusão de movimento e equilíbrio - eixo central do corpo.



Influenciou na Renascença, quando muitas obras clássicas foram redescobertas.

A escultura Davi, de Michelangelo, expressa bem a influência clássica, tanto no uso do contraposto, quanto da expressão e equilíbrio. Isso que era cerca de 1500 d.C..



E aqui abaixo, um artista que se inspirou em Davi, de Michelangelo- Rodin:

Idade do Bronze, de Rodin. Pelo título que ele deu à estátua podemos ver a ligação direta que ele quis fazer com a Grécia (vulga Idade do Ouro). A posição da estátua, admirando seus músculos, talvez fosse uma sátira à idealização do masculino e do ideal do belo grego de beleza.

ARQUITETURA – tratavam como grandes esculturas – com as normas de simetria e proporções ideais. Nos ritos públicos em frente aos templos, esculturas de deidades contavam as histórias. Cariátides – mulheres esculpidas que serviam como colunas. Atlantes: homens.



Tipos de colunas: dórica, jônica e coríntia.


- Ordem Dórica - era simples e maciça. O fuste da coluna era monolítico e grosso. O capitel era uma almofada de pedra. Nascida do sentir do povo grego, nela se expressa o pensamento. Sendo a mais antiga das ordens arquitetônicas gregas, a ordem dórica, por sua simplicidade e severidade, empresta uma idéia de solidez e imponência. Vemos a influência até hoje, como essa coluna em Washington:



- Ordem Jônica - representava a graça e o feminino. A coluna apresentava fuste mais delgado e não se firmava diretamente sobre o estilóbata, mas sobre uma base decorada. O capitel era formado por duas espirais unidas por duas curvas. A ordem dórica traduz a forma do homem e a ordem jônica traduz a forma da mulher.



- Ordem Coríntia - o capitel era formado com folhas de acanto e quatro espirais simétricas, muito usado no lugar do capitel jônico, de um modo a variar e enriquecer aquela ordem. Sugere luxo e ostentação.


Em Washington, novamente:



Os principais monumentos da arquitetura grega:

a) Templos, dos quais o mais importante é o Partenon de Atenas. Na Acrópole, também, se encontram as Cariátides homenageavam as mulheres de Cária.



b) Teatros, que eram construídos em lugares abertos (encosta) e que compunham de três partes: a skene ou cena, para os atores; a konistra ou orquestra, para o coro; o koilon ou arquibancada, para os espectadores. Um exemplo típico é o Teatro de Epidauro, construído, no séc. IV a.C., ao ar livre, composto por 55 degraus divididos em duas ordens e calculados de acordo com uma inclinação perfeita. Chegava a acomodar cerca de 14.000 espectadores e tornou-se famoso por sua acústica perfeita.


Teatro de Epidauro


c) Ginásios, edifícios destinados à cultura física.


d) Praça - Ágora onde os gregos se reuniam para discutir os mais variados assuntos, entre eles; filosofia.

As olimpíadas: Realizavam-se em Olímpia, cada 4 anos, em honra a Zeus. Os primeiros jogos começaram em 776 a.C. As festas olímpicas serviam de base para marcar o tempo.


Teatro: Foi criada a comédia e a tragédia.




Referências bibliográficas:

STRICKLAND, Carol. Arte comentada: da pré-história ao pós-moderno. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.

UGOLOTTI, B. M. Enciclopédia da civilização e da arte: arte antiga. I volume. São Paulo: Martins, 2000.

http://www.historiadaarte.com.br/linha_do_tempo.htm

http://www.coladaweb.com/artes/artegrecia.htm

Exposição Projeto de Extensão

Fizemos uma exposição no Teatro Juarez Machado (foyeur)de um dia para o Projeto de Extensão. Os trabalhos foram pendurados no teto (que possui um aramado) com fio naylon e paspatur laranja, por sugestão da outra professora de Desenho, Ane.

Confira os trabalhos:

Egito - a arte da imortalidade



EGITO – 4000 a 1000 a.C. – imortalidade

Começou a formar-se há mais ou menos quatro mil anos antes de Cristo, nas proximidades do Rio Nilo. O rio, um verdadeiro oásis no deserto, foi essencial para a concentração de uma população mesclada entre mediterrâneos, asiáticos e africanos, que, principalmente a partir de 3300 a.C., tinham na agricultura e no pastoreio suas principais atividades, guiadas pelas cheias do Nilo.

Rio Nilo

Após a unificação do norte e sul, por volta de 3000 a.C., o Egito foi se desenvolvendo cada vez mais. A escrita dava seus primeiros passos, bem como as técnicas sobre metais (em especial os mais moles como o ouro e o cobre), a tecelagem e a cerâmica.
KA – espírito imortal do faraó; força vital. Acreditava-se que o faraó era como um deus sobre a terra.
Mumificação – receptáculo durável para o espírito. Etapas: extração do cérebro do cadáver pelas narinas, com um gancho de metal. Imerso em salmoura, permanecia lá por 2 meses. Enrugado, era envolto com ataduras e depois levado ao caixão e finalmente ao sarcófago de pedra. O clima seco e a ausência de bactérias na areia e no ar ajudavam a manter o corpo.

Múmia de Nefertiti, esposa do faraó Akhenaton
TUMBAS - temos conhecimento de como era a civilização pelas tumbas, pois depositavam todos os bens terrenos para que usassem na eternidade. Essas enormes construções geométricas de pesadas pedras, simbolizando profunda solidez e força, eram construídas para abrigarem, em seu centro, a múmia do faraó. Possuíam, além da própria câmara funerária (normalmente repleta de tesouros), várias câmaras “decoradas“ com imagens e fórmulas mágicas. Talvez as mais conhecidas tumbas sejam as pirâmides de Quéops, Quefren e Miquerinos, perto de Mênfis (então capital do Império).




ARTE EGÍPCIA

A principal preocupação da arte egípcia era a de garantir uma vida eterna confortável para seus soberanos (faraós = reis), considerados deuses.
A arte pretendia ser útil: não se falava em peças ou em obras belas, e sim em eficazes ou eficientes. O intercâmbio cultural e a novidade nunca foram considerados como algo importante por si mesmos. Assim, as convenções e o estilo representativo da arte egípcia, estabelecidos desde o primeiro momento, continuaram praticamente imutáveis através dos tempos. Sua intenção fundamental, sem dúvida, não foi a de criar uma imagem real das coisas tal como apareciam, mas sim captar para a eternidade a essência do objeto, da pessoa ou do animal representado.

Ísis: perceba a cor ocre que caracteriza a figura feminina.
PINTURA - As pinturas e os hieróglifos nas paredes das tumbas eram uma forma de registro da vida e atividades diárias do falecido, nos mínimos detalhes. Eram feitos em forma de painéis e divididos por linhas com hieróglifos. O tamanho da figura indica sua posição: faraós representados como gigantes, e servos quase como pigmeus. O homem era pintado em vermelho, a mulher em ocre.


Algumas pinturas referiam-se à vida egípcia, como caçadas, pescas e o cultivo da terra, além de mostrar os animais característicos da região, revelando grande poder de observação. Um dado interessante nas pinturas era a extrema importância dada ao colorido.


HIEROGLIFO – símbolos, como uma língua egípcia que, ao invés de letras, são desenhos – “escrita mais refinada egípcia utilizada nos monumentos, com sinais da flora e fauna do país).”


Hieroglifos em alto relevo
Outras características importantes das representações humanas egípcias também já aparecem nessa época, seguindo a Lei da Frontalidade:

- Cabeças e pés vistos de perfil;
- Olhos mostrados frontalmente;
- Metade superior dos ombros e tronco de frente;
- Braços e pernas apresentados por inteiro, de perfil.


A respeito dessas representações contorcidas, elas eram realizadas, por exemplo, a partir dos ângulos que melhor representassem determinada parte do corpo. Assim, a cabeça, braços e pernas são mais facilmente vistos de lado, os pés, melhor vistos de dentro (preferiam o contorno partindo do dedão, o que muitas vezes dava a impressão de dois pés esquerdos). Os olhos, por sua vez, de frente são mais expressivos, bem como a metade superior do tronco, mais nítidas se observadas de frente.

ESCULTURAS /ESTÁTUAS – eram consideradas a morada alternativa do ka, em caso do corpo mumificado se deteriorar e não poder hospedá-lo. Feitas para durar eternamente, o material usado era granito ou diorito. Sentadas ou em pé, com poucas partes protuberantes, suas poses eram quase sempre frontais e braços perto do dorso.



A pedra calcária e a madeira eram os principais materiais com que as esculturas dessa época eram realizadas. Esculturas em relevo também eram muito comuns. A escultura em relevo servia a dois propósitos fundamentais: glorificar o faraó (feita nos muros dos templos) e preparar o espírito em seu caminho até a eternidade (feita nas tumbas).


A esfinge, com corpo de leão, cabeça e busto de mulher, com 19,8 metros de altura, também dessa época, já demonstra o gosto egípcio por esculturas em larga escala.



Akenaton – faraó reformador radical e artista que proporcionou um afrouxamento temporário das convenções artísticas,fez uma representação naturalística de sua esposa, Nefertiti.


Ao invés dos vários deuses que sempre governaram a vida egípcia, tentou instituir o culto a um único deus: Aton, que deveria ser representado como um sol. Mudou seu nome para Akhenaton. A arte dessa época, que até então mantinha-se fiel às tradições do passado, foi bastante modificada. Tornou-se menos pesada e mais descritiva.
As representações dos faraós, que mantinham-se praticamente inalteradas desde o começo da história do país, agora eram realizadas de uma maneira menos formal e solene, em poses mais relaxadas. O busto “Rainha Nefertiti“ possui uma graça e fluidez jamais vista na arte egípcia. Após sua morte, o reinado de seu filho Tutancâmon logo restabeleceu as antigas crenças.


Tutankamon, ao morrer aos 19 anos, deixou o maior legado egípcio: sua tumba foi a mais intacta já achada pelos arqueólogos; dentro havia carruagens, camas dobráveis e objetos, tudo feito de ouro. Sua máscara escondia mais 3 camadas de madeira, e depois, a própria múmia.





Após o reinado de Ramsés II (aproximadamente 1200 a.C.), o Egito entra cada vez mais em decadência. Os persas, o exército de Alexandre Magno e posteriormente os romanos acabaram por dominar definitivamente o Egito, que nunca mais teve um período de apogeu tão grande quanto o verificado nessa época histórica.

Veja um trecho do filme "Cleópatra", de 1963, com Elizabeth Taylor: aqui é bem
retratada a suntuosidade e riqueza de quem era considerado o deus na terra na época - o faraó.

http://www.youtube.com/watch?v=Rlh5fdfUeb8&feature=fvst


Referências bibliográficas:
STRICKLAND, Carol. Arte comentada: da pré-história ao pós-moderno. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.
UGOLOTTI, B. M. Enciclopédia da civilização e da arte: arte antiga. I volume. São Paulo: Martins, 2000.
http://www.coladaweb.com/artes/arteegito.htm

http://www.historiadaarte.com.br/arteegipcia.html